Vulnerabilidade Digital: sugestões para proteger seus dados na internet
- Soluções em Foco

- 13 de nov. de 2024
- 17 min de leitura
Atualizado: 14 de nov. de 2024
Entenda os riscos e aprenda a se proteger na era digital
Por Flávia Silva, Hianna Mel e Isabela Souza
No começo do ano de 2021, a imprensa divulgou que a empresa Serasa vazou os dados como CPF, CNPJ, endereços e telefones de mais de 220 milhões de brasileiros, que contam entre empresas e pessoas tanto vivas, quanto mortas. O acontecimento viola diversas diretrizes, como o próprio vazamento das informações, a violação ao código de defesa do consumidor e a infração diante o Marco Civil. A empresa nega relação com o fato e diz que é uma alegação infundada, mas, mesmo depois de três anos da situação, a Justiça continua procurando evidências para uma possível punição sobre o ocorrido.
Apesar de esse ser um dos maiores casos de vazamento de dados no Brasil, ele não é de perto o único, diariamente as pessoas se encontram em situações vulneráveis, especialmente quando se diz respeito a informações no ambiente digital. Em uma pesquisa realizada por nossa equipe, mais de 90% das respostas foram favoráveis sobre a temática.
Uma das principais razões para explicar o motivo da vulnerabilidade nos meios virtuais é o aumento drástico do acesso à internet no Brasil nos últimos anos, o que faz com que as pessoas exponham seus dados de maneira facilitada.

O acesso à internet possibilita maior exposição dos usuários | Gráfico: Agência de notícias IBGE
Marcelo Albertini, professor de Auditoria e Segurança da Informação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), constata que “Se alguém começar a fornecer dados para um site, um serviço que é desconhecido, é um risco que a pessoa está correndo, está se expondo a um sistema maior. É bem problemático, porque mesmo se for confiável o site, sempre tem o risco de alguém invadi-lo. Então, nunca é 100% garantido quando a gente coloca os nossos dados na internet”.

Marcelo Albertini | Foto: arquivo pessoal
É claro que, toda vez que você divulga a sua informação na internet, vai existir um risco. Você tem que mirar, divulgar a informação para situações, para empresas que você sabe que se cuidam para proteger seus dados, para não acontecer de ter um incidente e vazar a sua informação. Mas isso é uma questão bem difícil. Por exemplo, existem vários casos de empresas bem reputadas que tiveram problemas de segurança e vazaram os dados, a base inteira foi copiada por hackers. É muito difícil, foge do controle do usuário, diz Albertini.
Além de professor, Marcelo Albertini trabalha em uma empresa em que o sistema é treinado para não absorver as informações dos internautas. De um ponto de vista mais técnico e interno, ele explica como as Inteligências Artificiais (IA), são ensinadas a não utilizar dados sensíveis fornecidos pelos usuários. “Nós temos a preocupação de o usuário fornecer voluntariamente dados que são protegidos pela LGPD, a gente tem que identificar isso. E a gente tem que marcar para não ser incluída nenhuma informação sensível na nossa base de dados. Por isso temos modelos tanto para identificar a intenção do usuário e o sentimento que o usuário está tendo no momento. Por exemplo, se o usuário está frustrado, se o usuário está bravo, se o usuário está tendo algum problema diverso. Então, se o usuário escrever lá o CPF, a gente tem que excluir. Se o usuário colocar o nome dele, tem que excluir. Se o usuário falar sobre alguém, tem que excluir. Se o usuário falar sobre religião e outros aspectos protegidos pela lei, a gente tem que excluir. A gente tem que deixar marcado, esse daqui não pode ser usado.”
Marcelo ainda afirma que o local em que trabalha usufrui da ética para não utilizar os dados sensíveis, mas ainda sim é preciso se atentar aos sites em que colocamos nossas informações. “Se o usuário fornecer informação para qualquer um, pode ser perigoso. Pode ser perigoso em vários sentidos. Pode ser ruim para o próprio usuário ter informações pessoais expostas para terceiros. Se o criminoso convencer usuários que ele tem um modelo que é ético, que está trabalhando direitinho e se oferece para ajudar o usuário em vários sentidos, o usuário pode dar informação que pode, por exemplo, num caso extremo, favorecer o roubo de dados, roubo de senha, inclusive financeiro mesmo, que permite a personalização da pessoa.”
Na pesquisa desenvolvida por nossa equipe, a maioria dos entrevistados alegaram que não têm o costume de ler os termos de uso e cookies antes de aceitá-los.
Termos de uso: Regulamentações do uso de um site.
Cookies: mensagens que auxiliam o site a armazenar suas as informações que podem ser úteis para a próxima vez que você navegá-lo.

Os entrevistados que votaram “sim” atuam na área da tecnologia | Foto: arquivo pessoal
“Claramente, se você tiver mais acesso à informação, você não vai dar os seus dados. Talvez isso seja parecido com os cuidados que a gente tem que ter em usar serviços bancários ou de fazer comércio eletrônico. As pessoas têm que tomar cuidado quando vão comprar alguma coisa. As pessoas quando compram na internet, compram de sites que elas confiam, que alguém confia, que tem já um histórico de segurança”, afirma o professor universitário.
Por mais que 81% dos entrevistados sabem dos riscos de compartilhar os dados sensíveis no meio virtual, seja pessoal ou corporativo, é válido destacar as principais formas em que as pessoas podem arriscar suas informações online.
Utilizar rede de internet pública:
O FBI emitiu um certificado alegando que, ao se conectarem em Wi-Fis de rede pública, as pessoas deixam um ponto fácil para hackers atacarem usuários e roubarem senhas.
Utilização de senhas fracas:
Senhas com poucas combinações abrem espaços para que sejam adivinhadas, pois os hacker podem utilizar programas automatizados de combinações e acertarem com maior facilidade senhas com poucas variações.
Acessar sites sem verificação
Ao entrar em uma página sem o certificado de segurança/SSL, o usuário aumenta os riscos de que seus dados sejam invadidos por hackers.
Não ler a política de privacidade do que consome
Quando o usuário apenas clica em “li e concordo”, ele aprova o compartilhamento de seus dados para a empresa, além de permitir que ela faça o que estiver escrito com essas informações.
O tema é complexo e existem diversas camadas, pois todos utilizam a internet e, muitas das vezes, as pessoas não têm tempo de lerem ou verificarem o que estão de fato consumindo. Uma das formas de se proteger, já até citada anteriormente é usar senhas fortes e salvá-las em locais seguros
36% utilizam gerenciadores de senha e salvamento automático (como Google e iCloud)
30% anotam seja no papel ou em meios digitais como bloco de notas, notion ou se enviam no Whatsapp
20% memorização
12% armazenam na galeria por meio de fotos
Outra maneira de proteção, não muito conhecida pela a sociedade é a Rede Virtual Privada, que é uma tecnologia que permite criar uma conexão segura entre o dispositivo do usuário e a internet. Em nossa pesquisa, o resultado foi que 95, 5% dos usuários não utilizam essa rede, e nem sabem sobre a existência, apenas um conhecia e, por coincidência ou não, ele trabalha na área de TI (Tecnologia da Informação).
O QUE É VPN?
Uma VPN (Virtual Private Network) é uma tecnologia que cria uma conexão segura e encriptada entre o seu dispositivo e a internet. Isso é feito por meio de um "túnel" virtual que encapsula seus dados, protegendo-os de olhares curiosos e garantindo que a comunicação entre você e a internet seja privada e segura. Quando você usa uma VPN, seu endereço IP real é ocultado e substituído pelo endereço IP do servidor VPN, o que ajuda a proteger sua identidade e localização.
Utilizar uma VPN é crucial por diversas razões. Primeiramente, ela adiciona uma camada extra de segurança, especialmente ao usar redes Wi-Fi públicas, que são mais suscetíveis a ataques de hackers. Nessas redes, dados pessoais, como senhas e informações bancárias, podem ser interceptados facilmente. Com uma VPN, essas informações ficam criptografadas, dificultando o acesso por terceiros mal-intencionados. Utilizar uma VPN é crucial por diversas razões. Primeiramente, ela adiciona uma camada extra de segurança, especialmente ao usar redes Wi-Fi públicas, que são mais suscetíveis a ataques de hackers. Nessas redes, dados pessoais, como senhas e informações bancárias, podem ser interceptados facilmente. Com uma VPN, essas informações ficam criptografadas, dificultando o acesso por terceiros mal-intencionados.
Além da segurança, a VPN é essencial para preservar a privacidade online. Provedores de internet e outras entidades frequentemente rastreiam o comportamento dos usuários na web e coletam dados para diversos fins, como publicidade direcionada. Ao usar uma VPN, sua navegação fica anônima e suas atividades online são ocultas, protegendo sua privacidade.
Outro benefício significativo é a capacidade de acessar conteúdos geograficamente restritos. Muitos serviços de streaming, como Netflix e Hulu, limitam o acesso a determinados filmes e séries com base na localização geográfica do usuário. Usando uma VPN, é possível contornar essas restrições, conectando-se a um servidor em uma região diferente e acessando um catálogo mais amplo de conteúdos.
Adicionalmente, uma VPN pode ajudar a evitar censura em países com regulamentações rigorosas de internet. Em regiões onde o acesso à informação é controlado pelo governo, a VPN permite que os usuários acessem livremente a internet, garantindo o direito à informação.
Com todos os riscos de se expor no meio virtual citados anteriormente, uma das principais razões por eles existirem, é a ausência de conhecimento dos usuários sobre o assunto. No Brasil, existe a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), uma lei em vigor no país desde setembro de 2020 que tem a função de proteger os direitos fundamentais de privacidade e liberdade dos indivíduos. Entretanto, 36% dos nossos entrevistados não têm conhecimento sobre essa lei.
Nos últimos anos, a vulnerabilidade de dados na internet se tornou um dos temas mais críticos da era digital. Com o crescimento exponencial da coleta e armazenamento de informações pessoais, as ameaças cibernéticas se tornaram mais sofisticadas e frequentes. Em 2023, dados de milhões de usuários foram expostos em vazamentos que chocaram o mundo, revelando não apenas a fragilidade das medidas de segurança, mas também o impacto devastador que esses incidentes podem ter na vida das pessoas. A relevância deste assunto transcende a esfera tecnológica; trata-se de privacidade, segurança e direitos humanos.
“Em um momento em que cada vez mais aspectos da vida cotidiana dependem da internet, entender as vulnerabilidades e como se proteger delas é essencial para indivíduos, empresas e governos”. Foi o que destacou Marllon Alecsander, graduando de gestão da informação na UFU (Universidade Federal de Uberlândia). Durante a entrevista, ele examina as principais ameaças à segurança dos dados, as responsabilidades das entidades envolvidas e as ações que todos podem adotar para guardar suas informações.

Marllon Alecsander | Foto: arquivo pessoal.
No contexto atual, a vulnerabilidade de dados na internet é uma preocupação crescente que afeta indivíduos, empresas e instituições governamentais. A digitalização acelerada, impulsionada pela pandemia e pela transformação digital, aumentou a quantidade de dados pessoais e sensíveis circulando online. Essa realidade, aliada à crescente sofisticação dos cibercriminosos, criam um ambiente propício para ataques e vazamentos de informações. Os ataques de ransomware, por exemplo, têm se tornado cada vez mais comuns. Nesse tipo de ataque, os hackers sequestram dados críticos e exigem resgates exorbitantes para liberá-los. Em 2023, várias empresas de destaque foram alvos, resultando em prejuízos financeiros significativos e danos à reputação. Além disso, vazamentos de informações pessoais, como senhas e dados financeiros, expõem os usuários a fraudes e roubo de identidade, impactando diretamente suas vidas. O cenário é ainda mais preocupante quando se considera a falta de regulamentação uniforme em muitos países. Embora legislações como a LGPD no Brasil e o GDPR na União Europeia tenham sido implementadas para proteger os dados dos usuários, muitas empresas ainda carecem de uma compreensão clara sobre como aplicar essas normas de forma eficaz. Muitas vezes, a proteção dos dados é tratada como um mero cumprimento legal, em vez de uma prioridade estratégica.
A conscientização e a educação sobre segurança digital também são fatores cruciais. Muitas pessoas ainda não adotam práticas seguras, como senhas robustas e a verificação em duas etapas, o que as torna alvos fáceis para ataques. A falta de um entendimento claro sobre como as informações são coletadas e usadas agrava ainda mais essa vulnerabilidade.
Durante a entrevista Marllon, graduando em segurança da informação, apontou os principais desafios que as organizações enfrentam: “Os maiores desafios incluem o aumento dos ataques cibernéticos, a complexidade dos sistemas que precisam de integração segura, o crescimento do trabalho remoto e o equilíbrio entre acesso e proteção de dados. Além disso, é desafiador se manter atualizado e em conformidade com as novas regulamentações de proteção de dados.”
A gestão da informação é um processo que envolve a coleta, o armazenamento, a distribuição e a proteção de dados. Com a quantidade crescente de dados gerados, é crucial que as organizações implementem políticas robustas de gestão da informação. Marllon destaca como essa gestão pode ajudar: “Uma gestão eficiente organiza e classifica dados por sensibilidade, aplicando as proteções adequadas a cada nível. Assim, a empresa evita a exposição desnecessária de dados e adota práticas que limitam o acesso, reduzindo a vulnerabilidade.”
A relação entre compliance e segurança da informação é clara: “Compliance exige que a empresa siga normas de segurança e privacidade, estabelecendo um padrão mínimo que deve ser cumprido, garantindo proteção e evitando penalidades.” Em caso de um incidente de vazamento de dados, Marllon sugere uma resposta rápida: “Isolar o incidente, identificar a causa, conter o dano, notificar as partes afetadas e adotar medidas para evitar novos vazamentos. Um plano de resposta previamente definido facilita esse processo.” Ele também listou alguns erros comuns que as empresas cometem na hora de proteger seus dados: “Falta de treinamento adequado, permissões de acesso excessivas, ausência de backups regulares e falta de atualizações de segurança deixam o sistema vulnerável.” Para ele, a formação e capacitação de funcionários são essenciais: “A maioria das violações de dados ocorre por erros humanos. Com treinamento, os funcionários ficam mais preparados para evitar ameaças e manter a segurança dos dados.”
Para garantir a segurança dos dados, o entrevistado recomenda algumas práticas: “Uma cultura de segurança faz com que todos na empresa entendam seu papel na proteção dos dados, reduzindo erros humanos.”
A influência das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA), também foi discutida: “A IA ajuda a detectar ameaças em tempo real e a identificar padrões suspeitos.
Além disso, existem diversas estratégias e soluções que podem ser adotadas por indivíduos e empresas para minimizar os riscos de exposição, roubo e uso indevido de dados pessoais. São elas :
Uso de Senhas Fortes e Gerenciadores de Senhas
Senhas complexas: Criar senhas longas e complexas (com combinações de letras, números e caracteres especiais) ajuda a proteger contas contra ataques de força bruta.
Autenticação de dois fatores (2FA): Sempre que possível, habilite a autenticação de dois fatores. Isso adiciona uma camada extra de segurança, requerendo não apenas a senha, mas também um código enviado para o seu celular ou e-mail.
Gerenciadores de senhas: Use um gerenciador de senhas confiável para armazenar e gerar senhas seguras. Isso ajuda a evitar o uso de senhas fracas ou repetidas.
Criptografia de Dados
Criptografia de comunicação: Use protocolos seguros, como HTTPS, para garantir que a comunicação entre você e o site seja criptografada. Isso evita que terceiros interceptem seus dados.
Criptografia de dispositivos: Encriptar o conteúdo do seu smartphone, computador ou qualquer dispositivo de armazenamento ajuda a proteger seus dados caso o dispositivo seja perdido ou roubado.
Criptografia de arquivos: Para dados extremamente sensíveis, como documentos financeiros ou pessoais, use softwares de criptografia (como VeraCrypt ou BitLocker) para proteger esses arquivos.
Antivírus e Software de Segurança
Antivírus atualizado: Manter um antivírus atualizado ajuda a identificar e bloquear ameaças, como malware, spyware e ransomware.
Firewall: Use um firewall para bloquear acessos não autorizados ao seu dispositivo e à sua rede.
Software de monitoramento de atividades: Ferramentas que monitoram e alertam sobre comportamentos suspeitos em seu sistema podem ajudar a detectar e reagir rapidamente a tentativas de invasão.
Atenção ao Phishing
Cuidado com e-mails e links suspeitos: Evite clicar em links suspeitos ou fornecer informações pessoais por meio de e-mails desconhecidos. O phishing é uma tática comum para roubar dados.
Verificação de URLs: Sempre verifique a URL do site para garantir que você está acessando o site oficial e seguro. Evite clicar em links que parecem irregulares ou com domínios estranhos.
Controle de Permissões e Privacidade
Privacidade nas redes sociais: Ajuste as configurações de privacidade em suas contas de redes sociais para limitar quem pode ver suas informações e posts. Evite compartilhar dados sensíveis publicamente.
Evitar compartilhar demais: Limite a quantidade de informações pessoais que você compartilha online. Quanto menos dados você fornecer, menos chances há de ser alvo de ataques.
Atualizações de Software
Manter sistemas atualizados: Instale regularmente atualizações de segurança para seus sistemas operacionais, aplicativos e dispositivos. Muitas vezes, essas atualizações corrigem falhas de segurança conhecidas.
Atualizações automáticas: Ativar a atualização automática de softwares e sistemas pode garantir que você tenha sempre as últimas correções de segurança instaladas.
Educação e Conscientização
Treinamento em segurança cibernética: Para empresas, investir em treinamento contínuo de funcionários sobre como evitar riscos como phishing, engenharia social e fraudes digitais é crucial.
Atualização constante: Fique informado sobre novas ameaças e práticas de segurança. A cibersegurança está em constante evolução, e saber como proteger seus dados é uma habilidade valiosa.
Políticas de Proteção de Dados (Para Empresas)
Política de dados pessoais: Adote uma política clara sobre como os dados dos clientes e funcionários são coletados, armazenados e protegidos.
Controle de acesso: Restringir o acesso a dados sensíveis apenas a funcionários que realmente precisam deles. Implementar a política de "necessidade de saber" ajuda a reduzir o risco de exposição.
Backup seguro: Realize backups regulares e os armazene em locais seguros (preferencialmente criptografados), para garantir que dados não sejam perdidos ou comprometidos por um ataque de ransomware.
Autocuidado e Vigilância Digital
Verificação de contas: Verifique periodicamente suas contas bancárias, de cartões de crédito e outras plataformas online em busca de atividades suspeitas.
Notificações de login: Ative alertas de login e notificação em todas as suas contas para ser avisado sobre acessos não autorizados.
O entrevistado também apontou algumas das tendências que poderão impactar a proteção de dados nos próximos anos: “A integração da IA, maior foco em privacidade e novas regulamentações serão grandes tendências. Essas mudanças exigem tecnologias avançadas e políticas atualizadas para acompanhar o ritmo e manter os dados seguros.” A proteção de dados na internet exige uma abordagem multifacetada, envolvendo boas práticas pessoais, ferramentas de segurança adequadas e conscientização contínua sobre novas ameaças. Combinando essas soluções, você pode reduzir significativamente o risco de ataques e garantir uma navegação mais segura.
Pensando em pessoas no dia a dia, os principais direitos garantidos são muitas vezes desconhecidos por parte dos usuários, considerando que muitos veem como algo distante da rotina, outros não entendem a sua realidade na prática ou então não conhecem a lei. Chamados de tituladores de dados, esses usuários têm direito de acessar os seus dados estejam eles onde for e, ao contrário do que muitos pensam, a LGPD não está presente apenas no mundo virtual, mas também na realidade do mundo, dados fornecidos para bancos, hoteis, instituições de ensino, associações diversas, restaurantes com reserva por pessoa, todos esses estabelecimentos físicos também tem uma porcentagem de dados e entram nas diretrizes da lei em questão. Com base nessa divulgação de dados os usuários estão respaldados pela lei para acessá-los, podendo saber quais foram realmente passados, solicitar a alteração dos mesmos, pedir que dados sejam excluídos quando não forem mais necessários, solicitar a transferência dos dados para outra empresa caso seja conveniente, e em paralelo a isso, as empresas devem explicar de forma clara por que estão coletando e como usarão os dados.
Embora a LGPD forneça toda essa gama de direitos ao usuário e fornecedor dos dados, e represente um avanço significativo na proteção de dados pessoais no Brasil, a implementação da lei ainda enfrenta desafios práticos e limitações consideráveis. Em um cenário digital em constante transformação, onde novas tecnologias e métodos de coleta de dados surgem a todo momento, a legislação luta para acompanhar as ameaças emergentes e assegurar a real proteção dos cidadãos. Desde dificuldades de fiscalização até lacunas em recursos para garantir o cumprimento da lei, a LGPD ainda tem muito a evoluir para ser totalmente eficaz. Fator amplamente discutido na entrevista com um usuário da internet interessada na área da manipulação dos dados e da proteção desses.
Por ser um assunto mais específico, Arthur Pereira de Freitas jovem de 19 anos entrevistado para a matéria explica como se interessou pela proteção e manipulação de seus dados: “O interesse veio de uma maneira de pura necessidade, ‘por livre e espontânea pressão’ alguns diriam. Casos como vazamentos de senhas, informações, clonagem de cartões, são comuns em minha família. Então a partir de alguns anos, o controle e autonomia dos próprios dados se tornou muito importante para mim o conhecimento da proteção dos meus dados. Uma vez que, em uma vida independente que devo ter controle e consciência de onde compartilho meus dados e senhas é de grandíssima importância, para que casos como os que já presenciei não ocorram novamente.”
Quando questionado sobre a forma como as senhas são pensadas e gerenciadas Arthur responde: “Gerencio com cautela, é de suma importância proteger nossas senhas e informações, principalmente de login. Uma senha forte (com utilização de caracteres especiais, números e entre outro) pode aumentar a segurança do login pessoal. Além, do reconhecimento fácil e digital que são chaves únicas.” Nos mostrando a importância de ter atenção a essas questões que muitas vezes passam despercebidas.
Com base nessa questão, nós recomendamos o site https://prodest.es.gov.br/senhas desenvolvido pelo Governo do estado do Espírito Santo que avalia e dá feedbacks sobre o status da sua senha.
“Vivendo na era da informação e em um mundo em constante evolução digital a LGPD também deve acompanhar esse desenvolvimento. Uma vez que, a segurança de todas essas informações depende da LGPD.” comenta o usuário que se preocupa com a realidade dos dados atualmente.
Ao ser questionado em relação ao VPN, anteriormente comentado pelos especialistas, Arthur que é um usuário cotidiano de redes sociais e softwares da internet responde: “VPNs somente em situações específicas como jogos e sites que desempenham melhores com a utilização dos VPN. Navegadores privados também, tanto pela proteção dos meus próprios dados, quanto pela segurança dos meus aparelhos.”
Dessa forma, sabemos que mesmo sendo uma lei extensa e com vários detalhamentos, a Lei Geral de Proteção de Dados é complementada pelo cuidado do usuário que preza pelo manejo com seus dados, agir ativamente para que a manipulação dos mesmo seja feita da forma mais correta possível para minimizar os impactos da divulgação exacerbada de dados na atualidade, em um cenário em que a tecnologia se modifica dia após dia.
Sendo assim, algumas das atitudes que podem ser tomadas pelos titulares de dados como parte da iniciativa social para melhoria da legislação são:
Leia as às políticas de privacidade e os termos de uso de serviços e aplicativos
Mesmo que seja chato, separe um tempo para ler as políticas de privacidade e os termos de uso de serviços e aplicativos, assim é possível entender como seus dados serão tratados pelo servidor em questão. Comece aos poucos, lendo nos casos que requerem dados mais importantes como bancos, sites desconhecidos e aplicativos que solicitam dados de cartões, por exemplo. Assim, aos poucos o entendimento sobre os dados irá aumentar.
Aproveite as ferramentas de segurança
Use a autenticação de dois fatores em todos os meios possíveis, dessa forma o acesso aos seus cadastros se torna dificultoso, mas não se esqueça de criar senhas fortes (e de preferência diferentes) para entrar em seus aplicativos. Para reforçar as ações anteriores invista em um bom antivírus, diversos sites fazem recomendações de plataformas de proteção bem completas, na maioria dos casos é melhor investir mensalmente na segurança digital ao invés de arcar com as consequências de uma invasão de dados.
Analise as solicitações de forma crítica
Questione sempre a real necessidade de cada dado solicitado por empresas, aplicativos, estabelecimentos e demais locais. Antes de compartilhar qualquer informação, avalie se realmente é essencial para o serviço em questão e se existe justificativa para aquele pedido. Sempre que possível, limite-se a fornecer o mínimo necessário. Adotar essa postura preventiva ajuda a reduzir os riscos de vazamento e uso indevido das suas informações pessoais. Além disso, é importante evitar expor dados sensíveis em redes sociais ou em sites desconhecidos — como endereço, CPF e dados bancários. Cada uma dessas informações, quando em mãos erradas, pode ser desviada para usos inadequados, como fraudes, roubos de identidade e golpes financeiros.
Lembre-se também de revisar as configurações de privacidade dos aplicativos que utiliza, permitindo apenas o acesso às informações realmente indispensáveis para seu funcionamento. Este cuidado contribui para a proteção de seus dados em um ambiente digital cada vez mais vulnerável, onde criminosos podem acessar informações por brechas de segurança. Ter uma postura crítica e cuidadosa com o compartilhamento de dados é uma prática fundamental para evitar possíveis dores de cabeça e garantir sua segurança e privacidade na internet.
Especificamente sobre essa temática, o entrevistado Arthur afirma que se sente desconfiado, afinal informações muito específicas geram esse tipo de desconforto. Porém, questionar a empresa ou quem está solicitando esses dados é o fundamental, já que alguns são necessários para trabalhos específicos. E é sempre importante ter consciência de quais dados os sites e apps que vamos utilizar estão tendo acesso. Visto que, se permitimos este acesso, os portadores dessas informações podem utilizá-las de maneira praticamente livre.
Essas práticas de segurança incentivam o usuário a adotar uma postura mais cuidadosa e prática com seus dados pessoais, reduzindo a exposição de informações e facilitando a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no dia a dia. À medida que as pessoas se familiarizam com as ameaças e as melhores formas de evitá-las, passam a ver a proteção de dados como um hábito cotidiano, algo que deixa de ser um peso e se torna uma responsabilidade natural. Isso reduz os riscos de exposição e ajuda a construir uma cultura de segurança digital coletiva. A LGPD, no entanto, precisa evoluir junto com a tecnologia. Com o avanço das ameaças digitais, é crucial que a lei seja adaptada constantemente para acompanhar o cenário e garantir que empresas e instituições cumpram suas obrigações, protegendo o usuário. E, além da adaptação da legislação, a fiscalização é peça-chave para tornar essa proteção real, cobrando práticas responsáveis e transparentes de quem lida com informações pessoais.
No final das contas, proteger dados não é só uma questão de seguir regras. É um compromisso de todos: usuários, empresas e governo. Quanto mais informados e atentos estamos, mais forte se torna essa rede de proteção. Investir em educação e conscientização é essencial para que as pessoas entendam seus direitos e saibam como agir. Só assim será possível criar uma sociedade mais segura e digitalmente consciente. A segurança de dados, portanto, precisa ser um esforço coletivo e constante. Com cidadãos informados e empresas comprometidas, a LGPD deixa de ser apenas uma lei e se torna uma cultura de proteção, essencial para garantir a confiança e a segurança no mundo digital.



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